DEPOIS DE MAIS UMA NOITE INTEIRINHA SEM PREGAR OLHO...AQUI ESTOU PARA DAR BOTÍCAS AOS AMIGOS QUE SE PREOCUPAM COMIGO.
Na passada semana fui fazer uma TAC, porque na Ressonância,mostrava um ANGIOMA, que cresceu consideravermente.
Ora estas coisas devem nos alertar, e tratar enquanto for a tempo.
Também vou fazer uma Ecografia pélvica, pois eu tenho um Quisto no Rim Direito, que media; 2.5mmm, e agora já mede 3.6cm.
Aumentou muito.Vou pagar, pois a lista de espera é de 7 meses.
Recebi um telefonema da Secretária do Dr.. João M, para fazer o seguinte exame;TEMPO TRÂNSITO CÓLICO.
Cá na Ilha não se faz, nem no Hospital, nem na Clínica da Praia, nem no Radiologista, que mantém o consultório, como há 30 anos atrás!
Eu terei de ir fazer este exame, ou no Hospital da CUF, ou no EMI, estas instituições tem acordo com a ADSE. Terei de pagar a minha parte, e a ADSE, paga o resto.
Também já tenho uma consulta marcada para o Hospital da Luz, para o Neurocirurgião, que já me fez o diagnóstico no H. Santa Maria. Agora vou marcar a cirurgia, saber quanto tenho de pagar, e já sei que vai ser uma coisa em grande!!!
Mas...eu não posso continuar assim com tanto sofrimento. Já há 3 noites, que não durmo, cheia de dores, não obstante tomar doses cavalares de analgésicos fortíssimos (já nem fazem efeito)
Na próxima segunda-feira logo de manhã vou telefonar à Nanda, a saber o que o médico vai decidir, para eu ir fazer esse exame, que pelo que já vasculhei na Wikipédia, terei de ingerir umas cápsulas de gelatina, e essa cápsulas contem dentro uns "marcadores", e ao mesmo tempo vão radiografando os intestinos.
Se for para ir, terei de ir 1 8 ou 19 Setembro, para apanhar as três consultas.
Agora estou ansiosa por saber se sempre vou ir a 19 de Setembro.
Estas são as notícias mais recentes.
CHICA
Depois de uns dois dias de tréguas, eis que as malditas dores voltaram.
A noite passada quase nem dormi, levantei-me 4 vezes, e nem os Zaldiares, e depois desesperada tomei um Tramal, e sempre a colocar a saca térmica,
Esta tarde tinha destinado ir com as minhas netas Joana e Leonor, comprar umas colchas, tapetes, almofadões, para os quartos delas, e fui a toque de Tramal!
Pensei:-Agora vou me deitar um bocadinho para descansar, mas qual quê?
As malditas e torturantes dores voltaram em força, e nem com mais dois zaldiares e a saca térmica, queriam ceder,
Agora já só sinto uma "moínha", mas lá está...eu não quero pensar nela, mas não consigo abstrair-me.
Hoje é o dia dos Avós.
Os meus netos todos, me telefonaram.
A Maria disse que tem uma prenda para mim feita por ela.
Eu disse-lhe: - A avó contenta-se com o telefonema e um beijinho.
A avó ama-vos acima de todas as coisas e abaixo de DEUS!
Vocês são os meus TESOUROS!
Só vos peço, quando a avó ou avô, ficarem velhinhos, se formos para um LAR DE IDOSOS, não nos abandonem.
Passem por lá ao fim de semana, para eu vos ver e receber um carinho e um beijinho.
Eu tenho uns ricos netos, meigos e são muito meus amigos.
Até agora... pois por vezes na mudança de idade afastam-se ...tem de ser os Pais a darem-lhe educação, para que isso não aconteça.
FELIZ DIA DOS AVÓS!
CHICA
A Eutanásia em si consiste no acto de facilitar a morte sem sofrimento a um indivíduo cujo o estado de doença é crónico, e portanto, incurável, normalmente a um imenso sofrimento físico e psicológico.
A Eutanásia Passiva não provoca deliberadamente a morte, mas com o passar do tempo, conjuntamente com a interrupção de todos e quaisquer cuidados médicos, farmacológicos e outros, o doente acaba por falecer.
Se a Legislação da Assembleia da República Portuguesa, promulgasse um decreto lei, nesse sentido (como nos Países Baixos), eu seria a primeira assinante, pois todos os dias vou morrendo aos poucos, ao meu ver estou a sofrer outro tipo de EUTANÁSIA tomando diariamente, fármacos fortíssimos, pois o meu sofrimento é atroz!
Já fiz o que tinha a fazer.
Ou mais...plantei uma árvores, tive dois filhos escrevi 4 livros, e subi a Serra de Santa Bárbara, (não subir ao Pico), mas estive na base da maior montanha da Ilha do Pico.
Só estou cá a sofrer muito , nem consulta da dor existe, e eu há dias que precisava de tomar Morfina, pois os analgésicos bem potentes que tomo, já não produzem efeito.
Isto é o que penso e desejo para mim.
CHICA
Ontem fui ver o desfile, que se intitulou: Ilha Terceira, Ilha Taurina - Tributo ao Toiro.
O tema era apelativo, e como somos dois aficionados, ficamos curiosos em ver.
O Jorge foi colocar o carro o mais próximo possível, para quando regressa-se a casa, e colocou a cadeirinha, no sítio do costume...
O desfile começou com uma Grua e atrás uma gaiola feita em ferro, de maneira que pudessem ver o TOIRO, que era mesmo verdadeio. Um lindo animal...e vinha ali sossegado a olhar para as pessoas.
Depois começaram o desfilde das Ganadarias desta Terra, por ordem de antiguidades.
À frente vinham umas jovens com uns cartaz que identificam a Ganadarias, a data da Fundação e as cores da mesma. Atrás os Pastores, esses valentes homens que vão para o mato dar a comida ao gado bravo, e à tarde vão para a corda dos toiros de corrida à corda.
E não tem o devido merecimento...pois sei que ganham uns míseros euros.
Assim foram desfilando as muitas ganadarias, até que chegou a vez do (GABRIEL da Grota do Medo falecido em NOVEMBRO de 2012, com 47 anos de idade, com uma ataque cardíaco fulminante) vinha o filho de 18 anos, com o CHAPÉU que o pai usava, na sua mão.
Atrás os Pastores traziam uma faixa preta no braço.
Não resisti aemoção. As lágrimas correram-me pela cara abaixo,
Nós éramos amigos deles há mais de 20 anos, pois fizemos o nosso Curso de Cristandade juntos. Fiquei muito amiga da Sãozinha, ia para lá todos os anos ver os toiros, era muito bem recebida.
Imagino o que aquela jovem mulher tem sofrido. Ela trabalhava e acho que continua a trabalhar ao mês em casa do Dr. Quim Pontes.
Ele trabalhava no matador, era colega do meu filho. Recentemente tinha feito um Projecto na Secretaria de Agricultura e Pescas, e tinha comprado mais uns toiros, para desenvolver mais a ganadaria, pois já contava com a ajuda do seu filho.
A Sãozinha ficou viúva com três filhos, e uma carga de trabalhos sobre os ombros.
Mas voltando ao Desfile (distanciei-me do essencial, mas achei que o devia fazer), quando acabou o desfile dos Ganadeiros, mudou para a hierarquia da Tourada de Praça.
Primeiro vinha o director de corridas José João de àvila, pois só há um, o Sr. Raul Pamplona faleceu, o Valadão sofreu um AVC, ficou este...oxalá nada lhe aconteça, senão ficamos sem Dirigentes de Corrida.
O meu Jorge Gato tem sabedoria para ocupar aquele lugar, nalgumas cprridas, mas eles não o covocam, porque ele é um Homem do Povo!
De seguida o Veterinário, há dois, mas só vinha um.
Depois vinha os "CAPINHAS", todos fora do prazo, pois nem Dimas, nem Ananias, e outros que lá vinham, vão para as touradas só para dar dicas ao Marquinho, ao Cristiano e outros, de uma nova geração.
Mas eu sei porque os convidaram.
No ano passado não convidaram os CAPINAS, e estes fizeram uma pequena manifestação, fizeram uma T-Shirts com uns dizere maldosos, e não apareciam nas Touradas...Olha que falta, eles que já fizeram a sua despedida de CAPINHAS, mais do que uma vez... não tinham mais nem meio mais!
Fizeram a sua época! Então porque não convidar os jovens que andam nas touradas a chamar e brincar com o toiro???
Ora vejamos: por esta ordem de ideias, então convidam os Bandarilheiros que estão toureando muito bem, são cá da Ilha, vestem trajes de Luzes, e sabem colocar o toiro no sítio que o Cavaleiro ou Matador manda.
Estes deviam ter ido antes dos três cavaleiros, que desfilaram...onde ficaram ou outros...a descansar da borrasca da noite anterior??
Já agora apraz-me dizer, que durante todo o Desfile só se ouviu música ESPANHOLA.
Há uma razão de ser. Há para aí meia dúzia de javardos, que
querem ser ESPANHÓIS.
Então fazam as malinhas e vão viver para a ESPANHA, que não nos fazem falta nenhuma!
Porque na nossa legislação não foi aprovada a Sorte de Varas, esses senhores Marialvas, que ainda andavam de cueiros em 1970-71 até 1975, o meu marido já toureava.
E eu tenho visto boas FAIENAS, sem ser necessário massacrar o animal.
E os nosso toiros, são toiros com peso inferior aos do Continente. Não queiram comparar o que não é comparável! Eh HOME!!! (uma frase terceirense)
Voltando à música, nós que temos canções regionais lindas, temos o Pézinho, único nos Açores, e cantigas ao desafio que consola ouvir, e vão estragar tudo com espanholas que nem eram conhecidas,
Ainda se fosse uns Pasodobles?!...
TENHAM DÓ.Quando pensarem nas coisas, parem para pensar bem, e só depois ponham em prática.
TENHO DITO
Ninguém ama mais este Torrão Lindo onde tive a ventura de nascer e viver, mas as VERDADES tem de ser ditas.
CHICAILHEU
OS NOSSOS VALENTES FORCADOS.
Ontem foi a Noite de S. João...fiquei em casa a ver as 20 Marchas que desfilaram na Rua da Sé.
Seria muito cansativo para mim estar muito tempo, mesmo sentada numa cadeira, não podia, pois ontem tive uma grave crise de Coluna. Gritei com dores, tive de tomar VOLTAREN!
EM CASA VI MUITO BEM, E FOI MUITO BEM EXPLICADO PELO VICTOR PERNES.
O DESFILE DAS MARCHAS ACABARAM POR VOLTA DAS 24 HORAS.
Gostei do que vi...tinha MARCHAS muito bonitas!
Hoje, foi a ESPERA DE GADO, junto da minha casa.
Mas...o que mais gostei foi da visita da minha amiga de Infânca, de Escola primária e de estudos na Escola Industrial; A GUIDA GONÇALVES!
Foi um abraço profundo... não nos víamos há mais de 40 anos1
Ela vive em MIAMI, MAS AGORA VAI FICAR POR CÁ, CERCA DE 4 MESES,
FOI UMA SURPRESA MUITO AGRADÁVEL. ELA ESTEVE A COMER ALCATRA FEITA POR MIM!
Estivemos a recordar vários momentos da nossa juventude... e a falar acerca de colegas, uns eu sei deles, outros não!
Ficamos de marcar um encontro para breve.
Ela é uma simpatia de pessoa e o seu companheiro também é um homem divertido e parecem estar muito apaixonados!!!
Também esteve cá toda a minha família; filhos e netos e alguns amigos.
Passei uma boa tarde...agora estou na minha cama encostada em almofadas, a descansar, que bem mereço!
Amanhã é outro dia!...
CHICAILHEU
Eu, uma ANGRENSE de 63 anos de idade, e que amo muito a minha Mui Nobre Cidade de Angra do Heroísmo, assisti-me o dever, a moral e os bons costumes, de quando em vez fazer o "meu reparo", no que por aqui se faz; de bom e de mau!
No passado dia 21, sexta-feira, foi o início das Festas Sanjoaninas, começando com o Desfile de Abertura como é habitual.
Este ano o tema era "MAR DE EMOÇÕES", representando a alegria e emoção do seu povo, a importância das suas tradições, o resultado do seu trabalho, o amor à sua Terra.
Eu, por motivos de saúde, e concerteza muitos outros Terceirenses, por um motivo ou outro, vi a reportagem que foi transmitida pela RTP AÇORES, que diga-se em abono da verdade fez um óptimo trabalho.
Em frente à Sé, criaram um espaço, onde o Jornalista Vítor Alves ( prata da casa), fez várias entrevistas, e tanto o entrevistador como os entrevistados, estiveram à altura do acontecimento.
Destaco os dois entervistados que a meu ver, foram de máxima importância, não desmerecendo os restantes.
Foram eles o Historiador Dr. Paulus Bruno, e o artista plástico, Carlos Fagundes, que não sendo natural de cá, já vive nesta ilha há 19 anos, que deu asas á imaginação e corpo aos quatro carros e aos figurantes que fizeram parte deste mesmo Desfile.
Está visto que não foi ele sozinho, contou com muitos colaboradores, mas é ele que dá a cara, e ouve os comentários, nem sempre muito simpáticos...
No que me diz respeito, e como estava em casa, fiquei mais do que esclarecida, ,com o significado do motivo de cada Carro, e seus figurantes.
Mas...aqui fica o meu reparo!
Lembro-me perfeitamente e não preciso recuar há muito no tempo, em que durante todo o percurso do Cortejo, havia alguém, a relatar o significado de cada Carro, e eram postos altifalantes, nas artérias de Angra por onde é habitual passar este mesmo Cortejo; Rua da Sé, Rua de S. João Rua Direita e culminava na Praça Velha.
De a uns anos a esta parte esta boa prática desapareceu!
Ora vejamos.
Para a maioria dos Angrenses e Forasteiros e eram para cima de um milhar, pois a noite estava convidativa, não perceberam o significado do Cortejo, e como só era feita a Coreografia em frente à Sé, por motivos, que entendi perfeitamente, porque essa mesma coreografia era extensa e morosa, mas assim não entenderam a maioria.
Porque não fizeram uma prévia gravação, e colocavam nas esquinas das Ruas que já referi?
Dir-me-ão que os carros tinham a sua própria Banda Sonora, pois tinham, mas mal se ouviam, pois o pessoal que está nos passeios, conversam, uns balbuciam e outros falam alto...quase gritam, para se ouvirem uns aos outros.
Mas...havia uma outra solução, que também já foi usada, e quanto a mim funciona lindamente, que é fazerem panfletos explicativos, claro resumidamente, e distribuírem pelas pessoas!
Os CARROS estavam lindos, tinham imenso trabalho ( que não foi valorizado), e porquê?
Porque a maioria das pessoas não percebeu o seu significad, e não podemos levar a mal...
Por exemplo:o primeiro carro era a a popa de uma lancha, tendo como vela, uma enorme renda feita à mão, o Carro do Vulcão, não foi entendido como tal e quando os figurantes se agrupavam para fazerem a coreografia das lavas, saíam de dentro do cone do vulcão, a maioria não percebeu a coreografia.
O carro que trazia Santa Isabel, só em frente à Sé, pararam e apareceu os pãezinhos a serem distribuídos pelo povo, e a camareira levantava uma parte do vestido e por dentro tinha rosas.
Lembram-se de o Rei ter perguntado à esposa Isabel :-"Senhora que levai em vosso manto? E ela que era benfeitora levava o pão escondido para dar aos pobres, mas ela respondeu: São Rosas meu senhor!"
O Carro verde acrílico, e que trazia duas gaiolas dos toiros à corda, não foi entendido, que os verdes significavam os Cerrados do Paul, pois quando fizeram a coreografia, foi maravilhoso...mas infelizmente não foi entendido como tal.
O 4º e último Carro, que trazia a RAINHA, que vinha lindíssima, era um mar cheio de Gaivotas. Um carro com imenso trabalho, que infelizmente para a maioria, também não foi entendido!...
Nos figurantes de rua, destaco as jovens que vinham vestidas de Bandeiras do Espírito Santo, vestidos muito bem elaborados, e as flores que traziam nas coroas, na cabeça, foram todas feitas à mão, iguais às que se fazem para decorar as Verdadeiras Coroas do Divino Espírito Santo.
A minha alma ficou triste...porque já ouvi tantos comentários depreciativos, e choca-me a rivalidade entre Angrenses e Praienses, numa Ilha tão pequena.
Mas, quero lembrar aos PRAIENSES, que se a memória não me falha, há 14 anos atrás, fui ver um desfile nas Festas da Praia, em que os carros tinham sido feitos de ferro velho, retorcido e ferrugento...já não se lembram?
Têm a memória curta, ou não lhes convém?
Eu, felizmente tenho Memória de Elefante!
O "Meu Reparo", não pretende de forma alguma ser depreciativo, muito embora possa ser entendido (por alguns, não todos), é um reparo Construtivo, pois se há alguém que tem olhos na cara para VER, sou uma delas, e por AMAR muito a minha Cidade e apreciar e dar valor ao que de BOM por aqui se faz, eis porque achei que devia deixar estas palavras.
Para mim este Desfile foi mesmo um "MAR DE EMOÇÕES!"
Sou uma ANGRENSE orgulhosa de o SER!
CHICAILHEU
Depois da tempestade...vem a bonança!
Assim espero, pois estes últimos três dias foram muito atribulados!
Muita ansiedade, muita tristeza e muita lágrima sofri!
Na freguesia do PORTO JUDEU, freguesia onde reside o meu filho, o caudal da Ribeira transbordou, com uma intensidade inimaginável!
Levou tudo o que estava no leito da Ribeira, pois infelizmente a mão do Homem alteou bastante, construindo anexos a casas, garagens, fizeram quintais, onde antes corria a ribeira...e um dia, a NATUREZA vinga-se e o Homem perde toda a sua capacidade de acção, e já é tarde demais!
Na casa do meu filho, entrou na sala, num quarto e na garagem.
Era lama até à altura das janelas da sala, mas antes eles já tinham tirado o sofá e maples, e alguns móveis, bem como quadros e outros pertences.
Ficaram a noite toda no 1º Andar, sem dormirem, sempre atentos a que tivessem eventualmente tivessem de abandonar a casa.
Eu queria que as minhas netas viessem cá para casa, mas elas não queriam sair de junto dos pais...o que se compreende!
Duas noites sem dormirem, e depois ter de arregaçar as mangas e com vassouras de piaçá limpar todo o lodo acumulado, e sem água nos canos, pois estes rebentaram com a força da água.
Eu não sou da freguesia, mas a minha nora lembra-se de brincar debaixo de uns arcos da ribeira, antes de entulharem para fazerem um Largo, e esqueceram-se, que um dia (chegou esse dia) a Ribeira voltava a correr com força, e deitaria por fora, ficando as casas construídas do lado de dentro da mesma sem terem escape de saída!
Dizem os antigos que aquela Ribeira corria quase todos os anos, mas qual Riacho.
Já no ano passado no mês de Maio, ela encheu e já deu um "aviso", pois já tinha causado estragos em algumas residências, mas nada que se compare ao acontecimento da noite de quarta-feira para a quinta, que foram 24 horas a chover intensamente, qual tromba de água!
Hoje, eu pode finalmente ir lá ver com os meus olhos, pois em casa sozinha só rezava e chorava.
Só nos comunicávamos por telemóvel.
As estradas ainda estão muito esburacadas... há muito para fazer.
Mas, felizmente ninguém perdeu a vida, foram só danos materiais.
Hoje na Missa, que foi por intensão dos Doentes, recebi a Unção dos SANTOS ÓLEOS.
Rezei e chorei muito, e dei graças a DEUS pelos meus familiares e todas as outras pessoas, estarem bem na graças a DEUS.
Prevê-se mais chuva, mas acho que o pior já passou...
DEPOIS DA TEMPESTADE VEM SEMPRE A BONANÇA!
CHICA
Eu sou aquela presença omnipotente...só darão pela minha falta -quando eu partir- quando o espaço que o meu corpo ocupa ficar vazio!
Ninguém se preocupa com o meu "EU", o meu interior, os meus sentimentos, a necessidade que tenho de me sentir amada, respeitada e até (porque não) ser um pouco mimada de vez em quando?!..
Um mimo, um carinho, uma palavra amiga, um beijo,um apreço, pelo que sou e faço.
Já fiz muito...hoje faço pouco, mas esse pouco, faço com amor e paixão!
Deposito tudo o que tenho...pode ser pouco agora. mas já foi muito outrora!
Como minha defesa, apenas tenho e só a mina consciência, a minha riqueza interior, a minha coerência e sobretudo a minha FÈ!
Há dias na minha vida, em que rio e choro...um misto de emoções...e noutros apenas vegeto!
Mas, entre uns e outros, lá vou prosseguindo esta minha longa caminhada no deserto...
Sacudindo à Poeira do Tempo!...
CHICA
4-3-2013
Em 1990, com 40 anos, eu pensava que tinha conseguido crescer e ser diferente da família de origem, iria ter mais sucesso na vida e criar os filhos contigo a meu lado para sempre.
Tudo parecia certo e sem sobressaltos.
Segura na nossa relação, pensei que não seria preciso fazer muito mais, já existia tanto entre nós, que não valeria a pena reinventar o Amor.
A sombra da minha vida, vivida até então, tinha ficado para trás... os fantasmas do medo teriam ficado esquecidos (julgava eu) para sempre.
Mas...não foi o que aconteceu.
Outros medos e dúvidas surgiram, muito diferentes no tempo e conteúdo, mas não menos importantes e marcantes nos anos que se seguiram.
Em 2000, com 50 anos, olhei para a década vivida, e curiosamente achei não estar tão segura de tudo aquilo que pensei como dados seguramente adquiridos.
Voltaram outros medos, outras incertezas, outras angústias até então desconhecidas...novas mudanças de Vida!
Considerava que a consciência moral não se formava pela "correcção" da natureza da pessoa, mas sim pelo respeito que estabelecímos com ela, com ponto de partida na atenção sensível às emoções e ás suas capacidades de comunicação e desenvolvimento.
Não sou nem nunca fui uma pessoa perfeita, mas sempre procurei ser correcta e agir de acordo com os valores em que acreditava, muito embora também discordasse algumas vezes, ( o que é saudável) em prol dos opositores, respeitando mas sobretudo valorizando muito mais a Amizade, e acreditei que o respeito e o Amor estavam acima de ideias vanguardistas ou outros requisitos como crenças e religiões.
Para quem como eu nasceu em 1950, e que tanto me esforçei para nao me "transformar", nem me deixar levar facilmente, foi duro ver e viver (conviver) com a alteração gigantesca que sofreram as duas gerações seguintes.
Continuei defendendo as minhas convicções.
Duas décadas difíceis...tempestuosas, cheias de mudanças a vários níveis, sendo os Psicológicos e Sociais os que mais me abalaram.
Na infância, achava que um Sexagenário era um Ser velhíssimo, e como tal merecedor de respeito não só pela idade, mas pela sua Sabedoria
Nada é o que parecia...realmente ás vezes sinto que não faço parte "deste tempo", desta ERA.
A Vida revela-nos mudanças inpensáveis!
Eu que pensava há 40 anos atrás, poder alterar tantas coisas, cultivando ávidamente a cultura, o saber e o respeito, vejo com alguma mágoa, que de pouco ou nada serviu lutar sem baixar os braços, muito menos deixar de sentir e viver, seguindo a orientação e cultura de valores e ideais adquiridos.
Acabo rendida...foi uma luta Inglória!
CHICA
2-3-2013
Como é estranha a cabeça dos velhos!
Quando os filhos começam a sair de casa, nesse momento damos conta que já não poderemos viver mais juntos.
Para nós, a família é uma coisa muito importante, achamos que podemos viver todos na mesma casa.
Desconhecemos como a família é uma coisa boa e má ao mesmo tempo, que nos faz sofrer.
Talvez um dia os filhos e os netos irão perceber!
Um dia em que possam ter memórias como eu!
Vejo que ás vezes os filhos e netos me olham com inquietação, imagino que pensam na minha morte.
Na idade em que estou é uma ideia que sempre me invade, não tenham receio de falar disto.
O meu corpo é agora um território desconhecido.
Todos os dias me incomodam mais os sinais que dele recebo.
Nas vossas idades os vossos corpos reagem e crescem de uma outra maneira.
EU NÃO!
A fantasia ajuda, claro, mas o corpo permanece em silêncio!
Quase sempre fico pela imaginação, pelo menos até que a memória não se perca.
Tive a sorte de ainda conhecer netos, já sou a avó. Mas...certamente já não verei bisnetos, não serei só a avó, serei a avó velhinha, até que um dia morrerei num LAR.
Não assistirei a nada disso.
Sei pelos vossos pais, que vocês meus netos olham para mim, como sendo a avó DOENTE.
Após as cirurgias, quando regresso a casa, vocês me vão ver, me abraçam, me beijam.
Dorida na alma e no corpo, pelas cirurgias, gosto muito de vos sentir junto de mim!
Choro muito à noite, sem que ninguém perceba a razão!...
Nos hospitais recordei muitas vezes aminha infância, quando estava doente, e a minha avó me tratava com papas de linhaça, para baixar a febre, a minha avó fazendo carinho na minha testa e dizendo: -«Não tarda nada a febre vai baixar».
Olhava e sorria para mim com um olhar diferente, uma alma sofrida com dor, uma mão que me afagava cheia de ternura!
Quero vos dizer que quando estou nos Hospitais com dores físicas e tratamentos dolorosos, mordo os lábios para me conter, mas não digo nada que manifeste o meu sofrimento...apenas penso em vocês!
Dão-me FORÇA!
Quero dizer-vos que penso muito, e cada vez mais, no nosso afastamento, com receio que as relações familiares fortes se destruturem!
Penso que uma criança, só (nos) ama se aparecermos muitas vezes junto delas.
Imagino a minha família á minha espera na expectativa de um bocado de ternura!
A dúvida persiste.
Se não deveria ter estado mais tempo com os meus filhos, a incerteza do caminho percorrido em busca do sucesso profissional, a correr á procura de tudo...do amor, a correr do emprego para casa sem parar um instante para olhar em volta!
Agora que tenho quase sessenta e três anos, a memória me traz todos os dias sombras do passado!
Gostaria de saber repartir a tristeza da proximidade da morte por todos os dias da semana, em vez de lidar com o desprezo diário da vida, que me faz sentir todos os dias a energia que autrora me mantinha forte!
Dessas sombras quero apenas ter vagas ideias, e se não for pedir muito, querer apenas, um fio de água antes de morrer, um abraço de ternura sozinha!..
Não quero falar mais nesses dias...quero sim, falar nos anos seguintes!
CHICA