Eu tive um tio, o irmão mais novo do meu pai, que foi um tio muito especial!
Quando a minha mãe faleceu, eu fiquei a ser criada pelos meus avós paternos. O meu tio, Heitor Gabriel, fazia diferença de 12 anos de idade de mim.
Começei a chamar de mãe á minha avó, porque o ouvia a chamar a mãe.
Ele brincava comigo, era muito meigo e muito meu amigo.
Quando fui crescendo, aí por volta dos seis anos, dizia-lhe que ele era o meu namorado.
A, tal ponto que quando ele casou, eu amuei, pois queria que ele esperasse para eu crescer para casar-mos.
Lembro-me que no dia do seu casamento, estava muito triste e amuava pelos cantos.
Depois, nasceu um menino, e eu já tinha dez anos.
Comecei a ir l á muito para casa dele, e brincava com o meu primo, chegando a ficar lá a dormir, para fazer companhia à minha tia Luzia, de quem eu também me tinha afeiçoado, porque o meu tio, ia fazer muitos serões, pois trabalhava no "Diário Insular", jornal local.
Depois foi fazer o serviço militar e acabou por ser destacado para Angola, no tempo da guerra colonial.
A minha tia estava esperando outro bebé. Ficou cá até o bebé nascer . Eu fui a madrinha do menino.
Estiveram catorze anos em Angola. Voltaram após o 25 de Abri de 1974.
Mas a vida não lhes corria de feição, e o meu tio resolveu ir para o Brasil.
Infelizmente só lá esteve durante quatro anos. Ficou doente do coração.
Regressou a casa dos seus pais, já com três filhos.
Nessa época eu já tinha os meus filhos. Os primos brincavam em conjunto.
O meu saudoso tio, era um bom homem , um óptimo marido, um excelente pai e para mim, foi um irmão e um grande amigo. Faleceu com apenas 58 anos, no dia 23 de Março de 1975.
Recordo-o com muita saudade, mas também com muito amor. Ele foi um SER muito importante na minha vida!
Que o Senhor te tenha no Esplendor da Luz Perpétua!
Heitor gabriel Cabral da Silva - Um Homem de grande Carácter!