Chamo-Te
Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.
Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.
Há muitas coisas que não quero ver.
Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.
(Sophia de Mello Breyner Andresen )
HOUVE UM TEMPO EM QUE SE NAMORAVA
Danuza Leão
Houve um tempo em que se namorava muito e se pensava que se sofria muito - por amor, claro. As paixões se acendiam, embaladas pelas músicas do momento, que faziam parte integrante de nossas vidas. Quando, numa reunião - havia muitas reuniões nessa época -, os olhares se cruzavam, enquanto se ouvia "se você quer ser minha namorada, ai que linda namorada você poderia ser", o coração se derretia e era hora de ir ao banheiro com uma amiga, só para contar. Uma bebidinha daqui, muitos sorrisinhos dali, e, na décima vez que o disco tocava e chegava no trecho "mas se em vez de minha namorada você quer ser minha amada, minha amada, mais amada pra valer", e ele olhava de longe, desta vez sério, o coração só faltava sair pela boca.
Muitos anos e muitos amores depois, foi a vez de Roberto Carlos participar de todos os romances: "Você foi o maior dos meus casos, de todos os abraços, o que eu nunca esqueci" - ah, uma boa dor-de-cotovelo ouvindo Roberto. Quem nunca passou por isso não sabe o que é viver... Num início de caso - em altíssima voltagem! - entrava Chico com "quero ficar no teu corpo como tatuagem" - e quem não queria? E, no fim do caso, dava para agüentar "as marcas de amor dos nossos lençóis"? Se ouvia muita música e, à noite, se ia sempre ao mesmo bar, onde um pianista tocava o que se tinha ouvido a tarde inteira; como todos se conheciam e sabiam das vidas uns dos outros,o pianista - Vinhas, quase sempre - atacava a "nossa" música... aquela!
A noite prosseguia com os olhos grudados na porta, para ver se ele entrava. Se entrasse sozinho, era hora de ir ao toalete, não para retocar a maquiagem, mas para respirar fundo e jurar, mas jurar de pés juntos que não ia nem olhar para o lado dele. A madrugada se encarregava de mudar os planos. Depois, veio "Deixa em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa". As músicas diziam tudo o que não se tinha coragem de dizer, e era como se falassem por nós. Que mulher não cantou baixinho, depois que ele foi embora, "quando você me deixou, meu bem, me disse pra ser feliz e passar bem", e não fantasiou que quando ele ouvisse "e tantas águas rolaram, tantos homens me amaram, bem mais e melhor que você" ia imediatamente pensar nela, quem sabe sofreria, quem sabe teria uma crise de ciúmes e pegaria o telefone de madrugada?
Quem sabe... quem sabe? E quando ela se "enrolou" toda com a chegada de um namorado que não esperava e ficou repetindo o disco, no trecho que dizia "se na bagunça do teu coração", para ver se ele entendia que o coração, às vezes, vira mesmo uma verdadeira bagunça, como o dela, naquele momento? Ah, Chico, ah, Roberto; vocês algum dia souberam que tinham sido tão importantes na nossa vida? Pois fiquem sabendo: foram. Nesse tempo as moças não levavam os namorados para dormir em casa, ou porque tinham pais ou porque tinham filhos; para isso havia os motéis. E do primeiro a gente nunca esquece... A cama redonda com cabeceira de curvin, a piscina - uma banheira de 2 X 2 -, o som embutido na cabeceira e, sobretudo, o clima, um clima de pecado que as moças da zona sul adoravam.
Quando Roberto cantava "Amanhã de manhã vou pedir um café pra nós dois, te fazer um carinho e depois te envolver nos meus braços" e ele deixava "o café esfriando na mesa, esquecemos de tudo" e vinha o "pensando bem, amanhã eu não vou trabalhar, e além do mais, temos tantas razões pra ficar", não era preciso dizer nada: era a hora do telefonema para a empregada às 6 da manhã para que ela desmanchasse a cama e dissesse que você saiu cedo para buscar uma amiga no aeroporto, lembra? Grandes tempos. Hoje a gente olha para trás e pensa: mas essas paixões existiram mesmo? Sem Chico e sem Roberto teriam havido tantas, tão intensas e tão arrebatadoras? Delas a gente até esqueceu, mas não do que se sentia ao ouvir "mas eu estou aqui vivendo este momento lindo".
E dá para viver momentos lindos hoje, ouvindo os Racionais MC? Pensando bem, o grande combustível de nossos corações foram as canções de Chico e Roberto. E, olhando para trás, é bem possível que a certeza de que "se chorei ou se sofri, o importante é que emoções eu vivi" não existiria sem a música de Roberto.
Foi bom demais ter vivido esse tempo.
GOSTAVA DE NÃO GOSTAR DE QUEM NÃO GOSTA DE MIM!
Esta frase faz parte de um poema do meu primeiro livro:" Os Meus Poemas".
Já lá vão 15 anos, desde que escrevi tal frase, e continuo a afirmar que era mesmo o que eu gostava!
Tenho tido muitas desilusões com pessoas, que há uns anos atrás não me passaria pela cabeça que tal acontecesse!
Quanto mais faço, menos merecimento tenho...e por mais que conheça certas pessoas, de repente cai-lhes a "máscara", e mostram o seu lado Lunar!
FICO MUITO TRISTE, DESILUDIDA, VOU-ME COMPLETAMENTE ABAIXO!
A Ingratidão é o pior defeito do SER HUMANO!
Hoje estou triste...até fiquei mais doente, e tive de tomar anti-depressivos.
Este certamente não será o último destes tristes momentos...pois a experiência diz-me que nem a idade me fez mudar e serei sempre assim.
CHICA
Pois é toda a festa que começa e tem o seu fim, mas não compreendo nem aceito, que tenham feito uma Programa de Festas com o seu términos às 18 horas de hoje.
Com a idade que tenho e desde que me lembro haverem Sanjoaninas, acabava sempre à meia-noite do Domingo.
Havia lindo fogo de artificio que levava as pessoas todas para a beira-mar e era lindo ver o Fogo de Artifício, cair e iluminar a Baía de Angra.
O Ano passado já não houve fogo. Não havia dinheiro!
Mas pergunto eu, será que o orçamento das Festas, não daria para um pouco de fogo, em vez de pagarem 50 mil euros ao cantor Tony Carrerira,
e outros mais???
Eu sei que o fogo é caro, e muita gente diz que é por dinheiro a arder...mas eunão concordo, e tenho o meu direito de discordar!
Não se pode trazer cantores que levam grandes Cachets, trazem-se outros mais baratos e também com qualidade...há sempre uma alternativa e poder de escolha.
Mal comparando é como quem tem um "Bolo"...divide-se as fatias igualmente!!!
Por acaso como ontem choveu muito, as Filarmónicas que eram para desfilar ontem à noite estão a desfilar hoje, mas com pouca assistência, e inclusive, as Tascas já fecharam na sua maioria.
Nunca tal se constou!!!
Mas este ano as Festas coincidiram com os Bodos, e outra coisa que discordo, foram integrar no Programa de Sanjoaninas as touradas das Freguesias, que nada tinham a ver com Sanjoaninas!
Que me perdoe o Presidente destas Sanjoaninas 2011, mas se existe um Calendário anual, é para ser consultado, e as festas podiam ter começado uma semana mais tarde!
Foi uma mistura, ou melhor uma" salseirada", pois misturam festas de Freguesias com Festas Sanjoaninas!
Oxalá a futura Presidente das próximas Sanjoaninas 2012 tenha mais discernimento e golpe de vista, e pense que nunca se constou, umas SANJOANINAS acabarem às 18 horas, com foi feito o programa deste ano.
Adorei o Desfile de abertura, o tema foi uma tema feliz, mas tenho de dizer que os magníficos Carros foram feitos por Homem do Porto Judeu, o José João Dutra.
Desculpem a frontalidade, mas o barrete só vai servir na cabeça de quem couber!!!
CHICA