Lágrimas, quantas já chorei?
Talvez mais de mil...não sei?
Pois contá-las, não as contei,
Lágrimas quentes deslizando
No meu rosto foram deixando
Rugas...traços foram marcando
Da vida que já passei!
Lágrimas de amor já chorei,
Do tempo da mocidade,
Lágrimas por desgosto.
Outras tantas de felicidade,
Ainda outras de saudade...
A todas tomei o gosto
Ao rolarem pelo meu rosto
Desde a minha tenra idade!
Lágrimas, com sabor a sal
Amargas como fel,
Lágrimas com doce sabor,
Doces...como favos de mel,
De todas elas já chorei,
E o seu gosto saboreei
Mas...contá-las, não as contei!
Lágrimas...mais de mil!
A todas tomei o gosto,
Ao queixo vieram parar,
Pingaram para o chão,
Transbordaram do meu coração
Em tão grande turbilhão
Que não as pude contar!!!
Mais uma noite igual a tantas outras!...
Nas vinte e quatro horas do meu dia, parte delas, pelo menos umas seis horas devia passar a dormir.
A normalidade seria essa e não como tenho vindo ultimamente a passar...a maior parte da noite, sem dormir.
Fico revoltada, embora reconhecendo que a alteração do sono, faz parte do quadro de depressão em que me encontro.
Nessas horas de ansiedade, sem dormir, todos os pensamentos vagueiam, e o cansaço começa a tomar conta não só do meu cérebro como do meu físico .
Quando penso demasiado em vários assuntos, sinto vontade de me enfiar debaixo dos cobertores, esconder-me até tudo me ter passado ao lado.
Já tentei...mas não deu resultado!
Nestes momentos estou tão completamente dependente de mim, não só para o meu bem estar físico como para o meu estar emocional.
Sem ninguém para testemunhar, desarmar ou perturbar esta crise, chorar ...chorar, mas este chorar é benéfico.
Chorar é um escape aceitável, mesmo que me faça sentir vazia e em carne viva por dentro; não deixa de ser melhor do que acumular as mágoas pelo facto de não poder expresssar as minhas emoções.
A minha insónia está a passar de crónica a crítica, pois não consigo dormir senão quase ao clarear do dia, e ainda assim com ajuda de calmantes e de sedativos.
Durante o resto do dia, mal consigo ter energia para fazer pouco que seja, e vir abrir as minhas mensagens electrónicas.
Também estou a ficar sem vontade de atender telefones e de conviver com um grupo de mais pessoas, para além de quatro ou seis, para mim já é uma multidão...fico com crises de ansiedade e com vontade de sair do grupo.
Como eu quantos mais por este Mundo fora, estarão a passar pelo mesmo, sem a mínima margem de dúvida!
Queria ser este botão de rosa... sobre uma almofada de seda, poder descansar!..
Como é bom saber que há
Um sentimento no Mundo
Que a par com outros mais
É decerto o mais profundo!
Não é exigente, por natureza
É um sentimento nobre
Aquele que nos dá a certeza
Até à hora da morte!
Não é paixão, não é amor,
Não é ciúme, nem vaidade
Tem a força e o valor
Que só existe na Amizade!
A Amizade quando é sincera
Tudo consegue ultrapassar
Renasce, como cada primavera
Que jamais irá findar!
Tenho a felicidade
De este sentimento habitar
No meu coração sedento
De amizades conquistar
Com eles vivo e partilho
Este nobre Sentimento
A AMIZADE!
"A verdadeira força de uma ideia está, não no que vale, mas na atenção que se lhe presta"
Concepción Arenal
Todos estamos na sarjeta, mas alhuns de nós estão a olhar para as estrelas.
Oscar Wilde
Não consigo dormir!
O Mundo está parado. Amortecido.
A noite vai a meio e tudo repousa. Menos eu.
Nos últimos tempos, o problema tem passado de mau a crónico.
Demorava horas a adormecer e, depois, passada cerca de uma hora, voltava a acordar .
Agora, conto todas as horas, meias horas e até quartos de hora!
Fico deitada na quietude da noite, a olhar para o tecto, branco , e até de tanto olhar vejo um círculo enorme, como se fosse um buraco...
Os pensamentos surgem. Tento separar os pensamentos dos sentimentos. Tentando decifrar o que estava a pensar e não sentir, a sentir e não a pensar. Tentando perceber o que se passa comigo?
Os meus olhos já cansados voltam a fixar-se no tecto, enquanto eu estou de costas, estendida, com os braços pesados, as pernas pesadas, o tronco pesado. Estava a tenta abandonar o meu corpo. A tentar afastar-me daquela realidade, a tentar flutuar para bem longe!
Estou a resvalar para o sofrimento, a vacilar, à beira de cair no abismo da dor!
Estou num daqueles dias, em que até a maior insignificância me faria desabafar ...
Gostaria de por o sofrimento de lado e seguir em frente em dias como hoje, estou a perder o controlo!
Eu sempre fui uma pessoa de emoções e de chorar bastante, mas muitas lágrimas me tem vindo aos olhos, quando as dores lancinantes me acometem. O que têm vindo a ser quotidiano e (norma), nestes últimos meses.
Emoções confusas e contraditórias que me perpassam com a velocidade de um rio formado por uma torrente de lágrimas!
Embora , já estejamos na Quaresma, não podia deixar de reponder à pergunta que me foi feita?!
Não sou "perita", no assunto, mas embora leiga na matéria, usando de falsa modéstia, acho que sei o suficiente para elucidar os curiosos, acerca deste espectáculo Carnavalesco, único no Mundo Inteiro.
Pode já haver imitações, mas genuíno é o nosso!
Então um Bailinho ", é formado por um grupo de pessoas, tanto podem ser só de elementos masculinos, como só femininos ou de ambos. Também há bailinhos só com crianças...lindíssimos!
Têm de ter bons tocadores, sendo os instrumentos principais, viola da terra, bandolim, acordeão, e ferrinho.
Outros há ,que já introduziram instrumentos de sopro, e resultam muito bem
Estes grupos começam a ensaiar , por volta de Novembro ou Dezembro, depende da data do Carnaval.
O bailinho consiste, numa música de entrada, sempre bem cantada, com quadras e sextilhas lindíssimas. A seguir apresentam o tema (teatro) ao som de outra variante musical.
Há duas espécies de bailinhos : os puxados a bandeiro e os puxados com ferrinhos com fitas de seda coloridas nas pontas, usadas como um maestro a dirigir uma filarmónica.
Cada puxador, usa um apite que é que é o comando para atroca de dançarinos (coreografia) e mudança de música.
Eu prefiro os puxados a Pandeiro , pois é lindíssimo ver as coreografias que eles fazem com esse objecto Só vendo, não dá para explicar.
Depois do assunto terminado , o que geralmente abordam temas de humor, e também críticas aos assuntos mais badalados, não esquecendo o ataque em grande aos políticos, e ainda outros temas variados.
Seque-se a música de despedida, sempre lindíssima, o que por vezes se torna comovente.
Os elementos do Bailinho vão vestidos a rigor, consoante o tema a bordar, e dão espectáculos de rara beleza!
Alguns chegam a ser vivamente aplaudidos, e até a assembleia os premeia com aplausos ao rubro de pé!
Os bailinhos só tiveram início a partir de meados do século XX, porque o uso que já vinha dos finais do Século IX, eram as Danças de Espada. Essas danças , foram de ando para ano, desaparecendo, porque para colocar uma dança de espada num palco, (li outro dia no jornal), custa 5.000 euros. Por essa razão este ano só houve uma, e por acaso o tema foi escrito e também era personagem o Luís Nunes do Blog "Arteseideias ".
Vou colocar algumas fotos, porque uma imagem, diz mais que mil palavras!
Espero que gostem!
Duas lindas moças, dançando e cantando. Balinho puxado a ferrinhos.
Outro bailinho, onde iam vestidas de enfermeiras.
Este bailinho era puxado só por uma moça. Tinha uma voz lindíssima
Todos os intervinientes tocavam intrumentos...reparem!
Bailinho puxado a Pandeiro, pelos dois moços ao centro.
Outro bailinho que tinha como tema: O que quero ser quando for grande.
Neste bailinho, pode-se ver o acordeão e os instrumentos de corda.
Bailinho só com crianças dos sete até aos doze anos de idade.
As duas meinas que puxavam o bailinho, cantavam muito afinadas.
E, para finalizar, mais uma imagem do bailinho das crianças.
As crianças são o melhor do Mundo!