DESUMANOS OS HOSPITAIS EM PORTUGAL
Sempre que fui obrigada a entrar num hospital senti uma sensação de frio, de desamparo, de solidão.
E assisti a cenas dantescas.
Pessoas que chegam feridas e quebradas e são deixadas nos corredores, sem atendimento rápido.
Gente que sofre e a quem ninguém liga. Velhos que mal se arrastam a andarem de seca-para-meca, dia após dia, saúde perdida, esperança perdida, sem uma palavra sequer, de carinho.
De um lado, o desespero de quem sofre.
Do outro, o descanso de quem ganha para atender as pessoas, a irreponsabilidade de muitos, a insensibilidade, muitas vezes, até à maldade.
Faz pena, faz horror, frequentar os hospitais de Portugal!
O crescimento das burocracias e o aumento do número dos doentes fez com que as pessoas sejam tratadas como animais, e que tenha sido perdido o sentido humano. Mais de dois milhões de portugueses passam, por ano, pelos hospitais.
Eu posso ser um deles, você pode ser um deles.
E TODOS são tratados sem confort .nesses locais que deveriam ser casas de saúde e bem estar, mas que são, quase sempre, antros de doença e de solidão.
Onde se passam horas de dor, às vezes, as últimas da vida...
Quando temos saúde, quando somos jovens, nunca nos lembramos destes problemas.
É preciso que a doença nos bata à porta, para que sintamos na carne o que é o sofrimento e como dependemos da boa vontade e do tempo de médicos e de enfermeiras!
Há cerca de trinta mil portugueses internados nos hospitais.
Dois milhões de pessoas precisam de consultas externas.
Mais de dois milhões e oitocentos mil passam pelos serviços de urgência.
E esta gente, TODA esta gente (salvo raríssimas excepcções) recebe um tratamento mecânico, burocrático e massificado.
Mas isto tem de mudar! Porque todos nós, povo e autoridade, temos de transformar estes hospitais que temos, em casas de saúde verdadeiras, onde ninguém seja obrigado a mais solidão e mais sofrimento do que aqueles que lhe são impostos pela sua condição física.
Os doentes têm consagrados na actual legislação os direitos de acesso, participação no controlo da gestão do hospital, na assistência, informação, assistência religiosa e escolha de equipa médica. Mas nada disto está a funcionar.
As direcções dos hospitais devem dar prioridade à qualidade dos serviços prestados e abrir inquéritos rigorosos quando falhas graves se derem.
E DEPOIS dos inquéritos, punir exemplarmente os culpados. Porque com a saúde não se brinca.
Em Portugal, faz-se gato-sapato de quem sofre, e se o desgraçado não tem dinheiro para pagar então que morra.
Suplemento do jornal "O Comércio do Porto" de 28-04-1985
Nota: - Esta crónica da distinta jornalista Maria de Lourdes Brandão nada tem a ver com a tragédia da Gracinha, mas nunca é demais lembrar a deficiente assistência em alguns estabelecimentos de saúde em Portugal.
=================================
Tenho o livro "GRACITA FLOR DA SAUDADE". editado por mim em 1985, transcrito neste Blogue: "À Beira do Rio Ceira" Ainda de coração a sangrar aqui fica também para memória futura. Resta-me agradecer ao prezado Amigo Jorge Vicente, director do Fri-Luso, e decoração que lhe fez à volta, com o lindo bairro da Boavista, as Capelas do Mártir e Castelo e vista do Rio Ceira. Foi aqui que vivi até aos meus 12 anos de idade
Augusto Sanches e meu irmão não conseguiu coragem para seguir a justiça. Sofria mais bulindo na "ferida" e desde aí perdeu a saúde e a boa disposição.
Um neurologista de Coimbra Dr. Grilo disse-me uma vez pelo telefone: O seu irmão devido à morte de sua querida filha, tem mortas algumas células que lhe provocaram a doença do Parkinson. O triste acontecimento não matou só a Gracita, mas também o seu pai em 1997.
Dia 8 de Feveriro de 2010 completam-se 25 anos do seu desaparecimento. Uma data a salientar de triste comemoração.
Gracita, se lá na Pátria Celeste me estás ouvindo e feliz como mereces, Pede por nós, pela nossa família, por Portugal e pelo mundo inteiro que cada vez desanda mais sem um destino de FÉ, de ESPERANÇA e CARIDADE.
Mil Abraços meu Amor e faz de conta que nos estamos a abraçar muito sentidamente. O "outro" que anseio, que ele seja de muita alegria e Glória para Deus. C.B.S.
CAPA DO LIVRO
AMIGA,quando eu morrer,
Abre-me a porta dos Céus!
Quando eu entrar quero ver
A doce imagem de Deus!
Este texo não é da minha autoria, mas podi muito bem ser...
Vou tentar comprar o Livro; "GRACITA FLOR DE SAUDADE"
(Textos de que gosto e com os quais me identifico)