Já lhe chamam o “ouro” do século XXI. A água, bem essencial à vida, está hoje no centro do debate, como deveria estar todos os dias. Este ano, o Dia Mundial da Água pretende centrar a atenção internacional sobre o impacto do rápido crescimento da população urbana, a industrialização e a incerteza causada pelas mudanças climáticas, os conflitos e os desastres naturais sobre os sistemas urbanos de abastecimento de água.
A efeméride serve, sobretudo, para chamar a atenção para a necessidade de gerir convenientemente este recurso. Um dos maiores desafios do século XXI é, precisamente, combater a escassez da água, que afeta um terço da humanidade. Metade da humanidade vive em cidades e, dentro de duas décadas, quase 60 por cento da população mundial – ou seja, cinco bilhões de pessoas – viverão em zonas urbanas. O crescimento urbano é mais rápido no mundo em desenvolvimento, onde as cidades ganham, em média, cinco milhões de habitantes a cada mês. Este crescimento da população urbana impõe desafios sem precedentes no que respeita a uma utilização sustentável da água.
Aliás, de acordo com a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), o número de pessoas com graves problemas para conseguir água chegará a 3,9 mil milhões em 2030, ou seja, metade da população do mundo. A maioria vive na China e sul da Ásia. A relação entre a água e as cidades é, por isso, crucial.
Muitos pensarão que as reservas de água são inesgotáveis: mares, lagos, rios e outras fontes cobrem grande parte da superfície do planeta. No entanto, apenas 2,5 por cento desses recursos são compostos por água potável. E essas reservas escasseiam a toda a velocidade, seja através do consumo desenfreado – consequência do aumento da população – ,seja devido à poluição. Poupar e preservar são duas palavras-chave que farão toda a diferença no futuro. Está lançado o desafio de todos participarem, de forma ativa, na gestão das águas urbanas.
Para que, um dia, não seja demasiado tarde.